quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Angra Gaúcha?! Não!




As notinhas são pequenas, mas estão lá. Escondidas no meio de artigos e matérias achamos pequenas noticias sobre um assunto muito grande, energia nuclear. 
Jornais como Zero Hora e Jornal do Comércio, além de alguns sites, publicaram as seguintes matérias:

Zero Hora
Energia Nuclear no Estado?

Ana Maria Xavier*, Artigos Zero Hora

O emprego de energia nuclear em medicina já está consolidado no Rio Grande do Sul e vem possibilitando o diagnóstico precoce de diversas doenças do coração, rim, fígado, pulmão e tireoide, entre outras, bem como o diagnóstico e tratamento de diversos tipos de câncer. Só em Porto Alegre, existem 11 clínicas de medicina nuclear e sete unidades de radioterapia operando rotineiramente. A medicina nuclear e a radioterapia estão também disponíveis em diversas cidades, como Caxias do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Erechim, Ijuí e Bagé, entre outras. (...)


Jornal do Comércio
Governo abre espaço para discutir leilões regionais


Evento na Capital vai debater perspectivas da energia nuclear

Jefferson Klein

(...) Nesta quinta-feira, será realizado no hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, o encontro do Fórum Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia. Um dos assuntos que serão tratados, informa Andrade, será a discussão sobre as perspectivas da energia nuclear, que será abordada pelo diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. O secretário lembra que há "rumores" quanto a estudos a serem elaborados na região Sul para o aproveitamento dessa fonte de energia. Já o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, palestrará sobre os requisitos energéticos regionais para atendimento das demandas da Copa de 2014.


Itamaraty - Ministério das Relações Exteriores
Usina nuclear no RS?


É ainda inicial, mas já um sinal. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Eletronuclear assinaram acordo para estudos preliminares de seleção de novos locais, inclusive no Estado, para instalar usinas nucleares de geração de energia elétrica.

O Rio Grande do Sul será um dos pesquisados, juntamente com outros oito Estados. Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE, justificou a procura por novas fontes energéticas pelo fato de o potencial hidrelétrico brasileiro começar a se esgotar em cerca de 20 anos.

Na opinião dele, isso tornaria a energia nuclear uma boa opção para ampliar o parque de geração do Brasil, ao lado de outras fontes alternativas como a eólica e biomassa.


De acordo com os planos feitos pela União, além de Angra 3 (foto) – cuja construção foi retomada em 2009 –, há necessidade de mais quatro usinas até 2030, com potência instalada de 1 mil megawatts cada uma. (...)


Eletronuclear - Eletrobras
EPE e Eletrobras Eletronuclear vão estudar áreas que poderão receber novas usinas nucleares


Os levantamentos estarão centrados em áreas que poderão receber as novas usinas nucleares nas regiões Sudeste, Sul e parte do Centro-Oeste. Os estados pesquisados serão Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. Outras unidades da federação poderão ser abarcadas no estudo, mediante aditivo contratual.  (...)


Como podem ver os planos de novas usinas nucleares já estão saindo do papel e se direcionando a pesquisas de terrenos para suas construções. E você sabia disso? Alguém sabia disso?
Não queremos uma Angra Gaúcha, nem queremos ter de sofrer com as consequências que tais construções trarão. 


O que tais usinas poderiam causar?


1º Risco à vida
O processo de geração de energia nuclear possui várias etapas. O minério radioativo passa por uma série de transformações em sete cidades, de três países, até se transformar em combustível para a usina nuclear. Depois de utilizado, transforma-se em lixo radioativo. Em todas essas etapas, há a possibilidade de ocorrer um acidente, contaminando água, solo, ar, além de pessoas e animais, e ainda não foi encontrado um destino seguro e permanente para esse lixo.
A exposição ao material radioativo pode gerar nos seres humanos o desenvolvimento de câncer, má formação fetal, aborto, falência do sistema nervoso central, síndrome gastrointestinal, entre outras doenças. As instituições responsáveis pelo programa nuclear brasileiro não tomam medidas eficazes de prevenção da contaminação, colocando milhares de vidas em risco. 

2º Um mundo mais quente


Há uma idéia corrente de que a geração de energia nuclear é livre de emissões de gases de efeito estufa. Não é bem assim. Os reatores não emitem gás carbônico diretamente, mas, no cálculo de toda a cadeia de produção - da construção da usina, extração do minério ao descarte do lixo radioativo - as emissões vão às alturas.

A relação entre emissões totais e energia gerada faz da energia nuclear uma opção mais poluidora do que energias renováveis. De acordo com a metodologia de Storm e Smith para o cálculo de emissões, o ciclo de geração por fontes nucleares emite de 150 a 400 gCO2/kWh, enquanto o ciclo por geradores eólicos emite de 10 a 50 gCO2/kWh.


Estudo de 2006 da Universidade de São Paulo (USP) revela que serão necessários R$9,5 bilhões e mais seis anos para a finalização de Angra 3. Com um investimento menor, de R$7,2 bilhões, seria possível construir um parque eólico com o dobro da capacidade de Angra 3, ou seja, 2.700 MW, em dois anos – sem produzir lixo radioativo, sem o perigo de contaminação e com as emissões de gases estufa quase zeradas. 

Soluções: 

- Fim da expansão do programa nuclear brasileiro;
- Suspensão da exploração de minério radioativo;
- Não construção da usina nuclear Angra 3;
- Reestruturação do setor nuclear brasileiro para o uso seguro da energia nuclear com fins medicinais;
- Investimento em geração de energias renováveis.




Fonte: Greenpeace Brasil

Nenhum comentário: