terça-feira, 21 de junho de 2011

15/06/2011 - 20h59

Revista americana publica crítica a mortes no campo no Brasil


DE SÃO PAULO


A revista americana "The New Yorker" publicou em seu site, nesta quarta-feira, uma critica assinada pelo escritor e correspondente internacional Jon Lee Anderson descrevendo um panorama político-ambiental que pede que os ativistas estejam "preparados para uma amarga batalha".

O autor cita acontecimentos nos meses de maio e junho deste ano para afirmar que, "com a febre do desenvolvimento se espalhando pelo Brasil, parece que está aberta a temporada de caça não só da Floresta Amazônica mas também das pessoas que tentam protegê-la".

Entre os episódios recentes destacados por Anderson está a aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados em 24 de maio. O jornalista ressaltou que a mera expectativa da nova lei gerou um aumento de 500% nos incêndios florestais e desmatamento em março e abril, os meses de debate que antecederam a votação.

Ele cita as preocupações do industrialista Israel Klabin, presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, a respeito do "impacto tremendo" que a reforma do texto pode provocar, como o aumento da emissão de gás carbônico de 17 bilhões para 28 bilhões de toneladas ao ano.

O texto criticou o governo da presidente Dilma Rousseff, descrita como "uma tecnocrata pró-desenvolvimento", por aprovar, uma semana depois, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, que vai inundar "cerca de 120 mil acres [48 mil hectares] de floresta amazônica, incluindo parte da terra tradicional dos índios Kayapós".


MORTES


Anderson também comentou a coincidência de a aprovação do texto na Câmara ter acontecido no mesmo dia que o casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foi executado em Nova Ipixuna (PA). "Quando um parlamentar anunciou a notícia dos assassinatos no Congresso e pediu uma investigação, uma vaia surgiu da bancada de ruralistas apoiada pelo agronegócio", escreveu o repórter.

Ele listou as outras três mortes no Pará e em Rondônia nas duas semanas seguintes e citou fontes especializadas que acompanham as investigações dos crimes para mostrar como, mesmo com a mobilização do governo federal para proteger outras 125 pessoas ameaçadas de morte na região, ainda não há garantias reais de que os assassinos não sairão impunes.

"O Pará é conhecido no Brasil como o 'Estado sem lei' por sua falta de resposta judicial aos crimes. De centenas de homicídios registrados no Estado, poucos suspeitos já foram presos", disse Anderson, que lembrou um dos casos mais notórios como um dos poucos a ser encerrado com uma condenação, o da freira e ativista americana Dorothy Stang, assassinada em 2005.

Para o repórter da "New Yorker", o cenário chega a ser pior que o das favelas dominadas por traficantes de drogas.

Ele reproduziu o relato de José Junior, um dos fundadores da ONG carioca AfroReggae, do velório de Eremildo Pereira dos Santos, morto também em Nova Ipixuna. "Junior, que cresceu em uma das favelas mais duras do Rio, escreveu: 'Nunca em minha vida fui a um velório como esse, onde os presentes tinham medo demais de chorar', contou."

terça-feira, 14 de junho de 2011

Brasileiro diz não à desproteção das florestas

Notícia - 13 - jun - 2011
Enquete revela que 79% dos entrevistados rejeitam diminuição de proteção das matas
© Greenpeace / Rodrigo Baleia
Pesquisa do Datafolha divulgada neste final de semana mostra que a proteção das florestas é sim levada em consideração pela população. O levantamento mostra que dos 1286 entrevistados, 62% acompanharam a votação da nova versão do Código Florestal, que foi aprovada em maio pelo plenário da Câmara e agora aguarda votação no Senado.

Mesmo os que não acompanharam a votação tinham opinião formada sobre o tema: priorizar a proteção de florestas e rios, ainda que isso prejudique a agricultura foi a alternativa escolhida por 85% dos entrevistados. “Primeiro foram os ambientalistas que disseram que o Código Florestal era uma tragédia. Depois a ciência foi contra a mudança, seguida pela OAB e pela CNBB. Agora é a própria população que rejeita o texto dos ruralistas”, afirma Márcio Astrini, responsável pela campanha de Floresta do Greenpeace Brasil.

Com abrangência nacional, a pesquisa realizada entre 3 e 7 de junho surpreendeu ao revelar o resultado equilibrado entre moradores da cidade e do campo. Não houve diferenças significativas nas respostas dadas por entrevistados da zona rural e de áreas urbanas. “A proposta dos ruralistas não resolve o problema da agricultura. Na verdade o texto foi feito para beneficiar quem lucra com o desmatamento e não quem produz alimentos. Cabe agora aos senadores e à presidenta Dilma abrirem os olhos e optarem pelo que é melhor para a população”, diz.

A enquete também concluiu que o projeto do deputado Aldo Rebelo que criou tanta polêmica não é consenso entre os entrevistados. Pelo contrário. Pelo menos 77% dos brasileiros discordam da proposta e se dizem a favor do adiamento do debate para que cientistas sejam consultados.

Mais uma derrota dos ruralistas diante da opinião pública foi em relação à anistia a desmatadores. A proposta defendida pelo projeto da nova versão do Código é aprovada por menos de 5% das pessoas ouvidas pela pesquisa; outros 95% não aceitam manter as ocupações em Área de Preservação Permanente.

Os resultados mostram que a pressão pela proteção das florestas não é sobre o Legislativo. Quase 80% dos entrevistados aprovam o eventual veto da presidenta, caso o Senado valide a proposta aprovada pelo plenário da Câmara. Para a população a proposta do novo Código influenciaria também os resultados das urnas, já que 84% das pessoas consultadas afirmaram que não votariam em deputados e senadores que tenham votado a favor do perdão de desmatamento ilegal. “A população foi bem clara em dizer que não vai eleger quem vota pelo desmatamento do Brasil. E o Greenpeace vai continuar denunciando todos os dias quem votou pela desproteção das florestas”, diz Astrini.

Ken acaba romance com Barbie

Notícia - 8 - jun - 2011
Motivo? Ele não namora garotas que contribuem para o desmatamento no mundo
Após voltar a namorar com Barbie este ano, Ken acabou novamente o romance com a boneca mais famosa do mundo. O motivo é nobre. Após anos de relacionamento, Ken descobre que as embalagens em que Barbie é vendida são fabricadas a partir de madeira desmatada das florestas da Indonésia, um dos últimos redutos de mata tropical do planeta.
A historinha engraçada é para ser levada a sério. Foram meses de investigação até o Greenpeace descobrir que a Mattel, fabricante da Barbie, compra a matéria-prima de suas embalagens da companhia Asia Pulp and Paper (APP), subsidiária do grupo Sinar Mas, o mais notório destruidor de florestas da Indonésia.
Veja o vídeo:

Para pressionar a maior fabricante de brinquedos do mundo a parar de alimentar a cadeia de destruição de árvores que afeta o habitat dos últimos orangotangos, tigres e elefantes do planeta, o Greenpeace lançou uma ação global contra a fabricante de brinquedos.

O lançamento aconteceu ontem na cidade de El Segundo, nos Estados Unidos, onde fica baseada a sede da Mattel. Lá foi esticada uma faixa gigante com a foto de Ken onde se lia “Barbie, acabou. Eu não namoro garotas que se envolvem com desmatamento”. Oito ativistas foram presos, entre eles uma mulher vestida de Barbie que dirigia uma escavadeira rosa.  

O sucesso foi tamanho que os funcionários da companhia lotaram as janelas com celulares em punho filmando e tirando fotos do evento.   

Além dos Estados Unidos, ativistas da Inglaterra, Dinamarca, Finlândia e Taiwan realizaram ações nos mesmos moldes, chamando a atenção para o problema. Em Jacarta, capital da Indonésia, o Greenpeace promoveu uma coletiva de imprensa com presença de meios de comunicação de vários países.
Participe e acompanhe a campanha que pede para que Barbie desista das caixas de papelão feitas com madeira de desmatamento. Escreva para o CEO da Mattel e peça o fim da destruição das florestas.
Greenpeace Brasil

Últimas:

14/06/2011 - 05h02

Autoridades de Fukushima distribuirão medidores de radioatividade a 34 mil crianças



DA EFE




As autoridades de Fukushima anunciaram nesta terça-feira que no último trimestre do ano distribuirão dosímetros a cerca de 34 mil estudantes para controlar sua exposição à radioatividade, em meio à preocupação pelos níveis de contaminação na zona.
A Prefeitura de Fukushima, município situado a 60 quilômetros da usina de Daiichi, prevê distribuir os dosímetros em centros pré-escolares, colégios e institutos da cidade.


Além disso, os pais com crianças de menos de três anos poderão solicitar nos escritórios municipais um destes aparelhos, cuja venda disparou desde o início da crise nuclear, em 11 de março.
A distribuição dos dosímetros inscreve-se em uma campanha para garantir a saúde das crianças e dos jovens que incluirá ainda exames de saúde detalhados uma vez por mês, indicou a agência local Kyodo.
As autoridades de Fukushima tomaram esta decisão depois que a Prefeitura de Date, na mesma província, adotou uma medida similar após detectar em zonas isoladas do município níveis de radioatividade acima do limite recomendado, segundo a Kyodo.
O acidente na usina de Fukushima Daiichi levou o governo japonês a evacuar um raio de 20 quilômetros em torno da central e a declarar a área como zona de exclusão.
Além disso, recomendou aos moradores entre 20 e 30 quilômetros que permaneçam fechados em suas casas ou deixem o lugar, e evacuou outras cinco localidades situadas a até 40 quilômetros nas quais se detectou elevada radioatividade.
A Agência de Segurança Nuclear do Japão recomendou desalojar as pessoas em áreas com um nível anual de radiação superior a 20 milisievert, um número que, para organizações como o Greenpeace, é alto demais.
Na semana passada, o Greenpeace demonstrou preocupação pela radiação acumulada nas ruas e no solo de Fukushima, embora as autoridades insistam que por enquanto não excede os limites recomendados.

Folha de São Paulo