quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MOTOSSERRA: Anistia a desmatadores é mantida e Dilma segue omissa

Notícias do GreenBR:


Motosserra corre solta no Senado

Relatório do senador Luiz Henrique ignora cientistas e mantém anistia a desmatadores. Dilma e o governo seguem omissos
Plantação de soja na Amazônia, 2006 (©Greenpeace / Ricardo Beliel)
“O relatório do Luiz Henrique está 90% igual ao aprovado na Câmara”. A frase, dita pelo Senador Acir Gurcacz (PDT-RO), é emblemática e resume com precisão o novo relatório de mudança do Código Florestal apresentado nesta terça-feira (25) pelo Senador Luiz Henrique (PMDB-SC), durante a reunião conjunta das Comissões de Agricultura e Ciência e Tecnologia do Senado. Gurcacz se disse feliz com o texto. Infelizmente, a felicidade dele é a tristeza das florestas.
Desde que o Código Florestal chegou às mãos dos senadores, eles dizem, orgulhosos, que lá o debate seria mais equilibrado e que a ciência, os juristas, a sociedade e demais estudiosos do assunto seriam ouvidos. De fato, alguns foram ouvidos, mas também solenemente ignorados nos textos até agora apresentados.
Na Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo, renomados juristas afirmaram, em audiência, que a redação continha graves erros de constitucionalidade e que, se aprovado como estava, causaria ainda mais insegurança jurídica. Mesmo assim, o texto seguiu sua tramitação na base do voto de confiança ao relator, que havia se comprometido a mudar o projeto nas outras comissões onde também responde pela relatoria.
Para ajudar na melhoria do texto, há cerca de duas semanas a SBPC encaminhou propostas e considerações aos senadores, ressaltando dez pontos iniciais que deveriam ser imediatamente revisados para “corrigir os equívocos verificados na votação da matéria na Câmara dos Deputados”. Porém, na manhã de ontem, muito pouco havia mudado e o parecer duplo apresentado continha os mesmos erros e retrocessos de antes.
Até mesmo a questão da agricultura familiar, já exaustivamente discutida pelos parlamentares, ficou de fora do texto apresentado. Os senadores afirmaram concordar que o setor deve receber um tratamento diferenciado, mas o tão comentado capítulo especial que ditasse sobre essa diferenciação não foi incluído no relatório.
Durante a campanha eleitoral, a Presidente Dilma se comprometeu a não aceitar anistias e nem estímulos a mais desmatamentos no texto do novo Código. Porém, o relatório apresentado nesta terça, por um senador da própria base do governo, continua anistiando crimes ambientais de forma generalizada e estimulando mais derrubadas de floresta.
Para Márcio Astrini, responsável pela Campanha de Florestas do Greenpeace, o texto está pior do que o que veio da Câmara. "Lá eles nem chegaram a consultar a ciência, mas no Senado ela foi completamente ignorada."
O relatório manteve, no artigo 53, a permissão de qualquer atividade agrossilvopastoril, pastagens e plantações anuais em Áreas de Preservação Permanente, cabendo aos órgãos estaduais a definição do que poderá ser mantido.

Além disso, o texto concede anistia a todas as ocupações irregulares feitas até hoje em manguezais, mantém a possibilidade de pastagens em encostas e topos de morro, e mantém a possibilidade de que cada governador possa, por decreto, prorrogar eternamente o prazo no qual ninguém poderá ser multado por irregularidades cometidas até a data de 2008.
"O projeto de alteração do Código Florestal está no Senado há mais de quatro meses, e o texto pouco mudou. Isso significa que ou o Executivo não trata a questão com a importância que deveria, ou está gostando do que está vendo", disse Astrini.
Você também pode ajudar, pressionando os senadores e enviando seu recado: assine a petição em defesa das florestas e mande sua foto pelo Facebook.

Veja nossa página sobre o Código Florestal
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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Participe: Ganhe Ingressos para o SWU Music & Arts 2011

GreenBR

Confira o resultado do concurso cultural SWU 2011
O concurso cultural “Dê uma ideia para o planeta e mostre que você faz a diferença” foi um sucesso. Decidir quais as três melhores, entre tantas fotos inspiradoras, não foi tarefa fácil. Mas o desafio lançado pelo Greenpeace já tem seus três vencedores. Entre agora no site especial do concurso e confira quais foram as fotos premiadas e claro, quem foram os seus autores.

Não enviou sua foto? Ainda dá tempo!
O Greenpeace quer tanto a sua companhia noSWU Music & Arts 2011, que resolveu te dar mais uma chance. É o concurso cultural SWU 2011 parte II! Envie uma foto de uma atitude sustentável que você teve. As 3 melhores fotos ganharão 1 par de ingressos para um dos dias do festival. Entre agora no site do concurso e participe.

Oceanógrafa Sylvia Earle fala sobre Abrolhos

GreenBR


Olhar profundo sobre Abrolhos
A oceanógrafa norte-americana Sylvia Earle, que é referência internacional em estudos marinhos, fala em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que as consequências das perfurações em águas ultraprofundas são ainda desconhecidas e que não é possível fazer uma operação nesta escala sem impactar o entorno. A pesquisadora diz ainda que o Brasil deveria explorar a fundo a biodiversidade das áreas onde está se propondo a perfurar, e tornar este conhecimento de dominio público.Saiba mais


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Senadora Ana Amélia ignora Desmatamento

Pessoal,

Segue o relato do Gustavo sobre a abordagem à senadora Ana Amélia Lemos dia 21 na Assembléia  Legislativa aqui de Porto Alegre. As palavras do Gustavo nos entristecem porque mostram a falta de noção daqueles que foram eleitos pela população para garantir que, no mínimo, os direitos básicos à vida e ao meio ambiente fossem preservados.  Na íntegra:

Segue a descrição da abordagem feita por mim e pelo Alan com a senadora Ana Amélia Lemos:

Dia 21 de outubro (quinta-feira), partimos para a Assembléia Legislativa do estado procurando abordar a senadora Ana Amélia, que estaria mediando uma audiência pública de demarcações de terras entre pequenos agricultores, índios e quilombolas. O objetivo era fazer chegar a ela uma carta da coordenação do Greenpeace de Porto Alegre que sintetizava a preocupação em relação ao novo código florestal, em trâmite no senado após a aprovação pela câmara dos deputados, e expressar o descontentamento pela forma com que o processo era conduzido. Da mesma forma, pedir que votasse contra o novo código, com base em estudos feitas por importantes entidades de pesquisa do país.



Ao ligar para seu assessor, ele nos prometeu arrumar uma brecha na apertada agenda da senadora após a audiência, embora tenha nos orientado a sermos breves na entrega da carta. Já durante a mediação da senadora, era possível reparar as tendências de grande parte da maioria dos deputados convidados à mesa, por elogios - diretos ou indiretos - ao novo código, seguidamente citado nas explanações. Terminada a audiência, nos posicionamos à frente do palco principal e insistimos no contato direto, o que conseguimos após certa insistência.

Cercada por jornalistas, a senadora seguia a passos firmes em direção à saída. Foi quando, após contato com seu fotógrafo, conseguimos ficar frente a frente com ela. Eu com a carta e o Alan no apoio das filmagens e fotos. Me apresentei, entreguei a carta e expliquei brevemente nossa posição - não de agressão ou radicalismos, mas de diálogo. A senadora retrucou dizendo que após votação no Congresso Nacional, onde dos quinhentos e tantos deputados, quatrocentos e outros tantos votaram à favor, era um assunto muito estudado, ou seja, se a maioria votou favoravelmente, era porquê o assunto fora praticamente exaurido. Seguindo, disse também que a "casa dos senadores" iria apenas revisar e dar mais algumas sugestões, do que de bate pronto respondi que um assunto como esse não poderia ser esgotado de forma tão rápida.

Agora o melhor: já com cara de contrariedade, me disse: - sabe com o quê vocês deveriam se preocupar? com as toneladas de esgoto lançadas diariamente no Brasil, mais especificamente no Guaíba. Continuou falando dessa "sua preocupação", do que também retruquei dizendo que como era Médico Veterinário sanitarista, entendia e aceitava sua preocupação, mas que no momento estava ali para interceder em favor do código. Já bem contrariada (em nenhum momento fui áspero, pelo contrário  - era só simpatia), a senadora voltou-se de costas como que para encerrar o assunto. Assim, fomos meio fechados (tentaram nos retirar do contingente que cercava a senadora), mas finquei o pé e esperei ela se voltar a mim. 


Nesse momento, pedi uma última palavra, quando disse que gostaria de lhe entregar nossa camiseta mote da campanha. Como ela estava nos holofotes, e talvez tenha achado bonito fazer mídia com a inscrição do Green na camiseta, ela a colocou de frente e costas mas, sinceramente, acho que não se deu conta dos dizeres dela. Agradeci e pedi mais uma vez por uma maior discussão acerca do assunto, do que uma pessoa próxima a ela falou:- "deixem de bobagem, o novo código é excelente".

Resumindo, ela praticamente não dava espaço para que eu falasse. Nas poucas vezes em que consegui, ela mudou o assunto.

Acredito na validade da iniciativa e temos de seguir em frente! 

Abraços,

Gustavo"


Parabéns Gustavo e Alan - continuaremos lutando pelo fim da motosserra !


postado por Fernanda Freymann/GreenPOA

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rainbow Warrior III - para um planeta mais verde e pacífico


Se você é um dos 100.000 colaboradores que doaram para a construção do Rainbow Warrior III, obrigado! Você comprou aquela câmera. Você comprou aquele mastro. Você comprou o fone de ouvido do capitão e  tudo o que mantém seguro o Rainbow.












Mostre o que você fez para um amigo: cada tweet de nosso conteúdo, cada "compartilhamento" no Facebook e todos os links compartilhados são uma ação para um planeta mais verde e pacífico.
E se você não tiver doado, por favor, nos ajude a manter este navio seguro e em ação.

Enquanto os senadores debatem o massacre do Código Florestal brasileiro, os índices de desmatamento voltam a subir


Dilma, desliga a motosserra


Greenpeace / Rodrigo Baleia
Aparentemente mais preocupada com obras de infraestrutura – que em geral causam desmatamento – do que com a conservação das florestas, a presidente Dilma Rousseff tem se mantido ausente do debate sobre o futuro do patrimônio florestal brasileiro. Mas não deixou de marcar presença hoje na inauguração da ponte que atravessa o Rio Negro, ligando os municípios de Manaus e Iranduba, no Amazonas. O Greenpeace estava lá, para chamar a presidente a agir antes que seja tarde.
Durante a manifestação, foi inflado um balão com a mensagem que a organização vem repetindo desde que a proposta de mudanças na legislação ambiental entrou na pauta dos parlamentares: “Senado, desliga essa motosserra”. Em sua campanha eleitoral, a presidente fez promessas de vetar qualquer dispositivo legal que possibilite mais desmatamentos. Além disso, o Brasil também se comprometeu mundialmente com a redução nas emissões de gases do efeito estufa, principalmente combatendo o desmatamento na Amazônia --feito que rendeu ao país um papel de destaque internacional na questão climática.
“O projeto de lei coloca em risco, de forma irresponsável, a credibilidade do país. Está na hora de a presidente e seus líderes de governo agirem de forma clara, tomando para si as rédeas desse debate e demonstrando ao Congresso que um retrocesso na legislação florestal não será tolerado”, diz Tatiana Carvalho, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Às vésperas de sediar a Conferência Rio+20, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, e o país está atento às decisões da presidente e de seus parlamentares. Mesmo antes de ser votada, a proposta de alterações no Código, que contém promessas de anistia e de estímulo à devastação, já fez estragos e foi sentida nas últimas medições de desmatamento feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O monitoramento já indica que a queda do desmatamento, um importante legado do governo Lula, está sendo revertida. Neste ano, os índices de degradação florestal voltaram a crescer. Baseado nos dados do Inpe, o Greenpeace calcula que esse aumento na destruição pode chegar a até 15% com relação ao ano passado.
Durante um comício em Belo Horizonte, no dia 23 de outubro de 2010, Dilma disse que era a favor de uma política de desmatamento zero. “O Brasil pode expandir sua produção agrícola sem desmatar”, afirmou. Uma vez na presidência, Dilma silenciou-se diante da tramitação do novo Código, que saiu da Câmara ao contrário do que a então canditada tinha prometido.
O debate agora corre no Senado. Dilma segue calada, a despeito do alerta do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), da USP (Universidade de São Paulo) e da Universidade de Brasília (UnB). Para estas renomadas instituições, o projeto do novo Código é um estímulo à devastação florestal. Mal se sabe sobre a posição do governo em relação às mudanças previstas. “Com esse comportamento, a presidente está condenando as florestas à motosserra e manchando a sua história política”, diz Tatiana.
GreenBR,24/out

Madeira ilegal faz mais uma vítima no Pará


Postado por Nathália Clark, GreenBR
No último sábado, dia 22, foi feita mais uma vítima do modelo de desenvolvimento que o Brasil tem adotado. Por volta das 14h, João Chupel Primo, de 55 anos, foi assassinado no Pará com um tiro na cabeça. Mecânico, ele denunciava a grilagem de terras e extração ilegal de madeira, feitas por um consorcio criminoso.
João já possuía vários Boletins de Ocorrência de ameaças de morte na polícia local. Fez várias denuncias ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e à Policia Federal, que iniciaram uma operação na região.
A madeira normalmente é retirada da Floresta Nacional Trairão, e da Reserva do Riozinho do Anfrízio. As portas de entrada para essa região, que faz parte do mosaico da Terra do Meio, se dão pela BR 163.
Em maio deste ano, em plena votação do Código Florestal na Câmara dos Deputados, duas das principais lideranças em defesa das florestas do Pará foram assassinadas.
O casal de líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, conhecidos pela luta contra a extração ilegal de madeira, foram vítimas de uma emboscada no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, na área rural da cidade de Nova Ipixuna, onde moravam.
Apenas alguns dias depois, mais dois agricultores também foram mortos. Adelino Ramos, de 56 anos, foi morto a tiros em Vista Alegre do Abunã, um distrito de Porto Velho, Rondônia. Ele era presidente do Movimento Camponeses Corumbiara e da Associação dos Camponeses do Amazonas e um remanescente do massacre de Corumbiara, ocorrido em 9 de agosto de 1995.
Eremílton Pereira dos Santos, de 25 anos, também foi assassinado a tiros em Nova Ipixuna. Segundo depoimentos, ele teria sido morto pois presenciou os assassinos de José Claudio e sua esposa.
Mais de 1.500 ativistas rurais foram mortos em conflito de terra na região nas últimas duas décadas. Em sua maioria, os assassinatos foram cometidos por pistoleiros, contratados por pecuaristas, madeireiros e agricultores, para silenciar aqueles que protestam contra o corte ilegal da floresta.

DESMATAMENTO: JBS-Friboi descumpre acordo e incentiva a destruição da Floresta


JBS-Friboi descumpre acordo contra desmatamento

Após a campanha da organização ambiental Greenpeace em junho de 2009 contra o desmatamento, o trabalho escravo e a invasão de áreas indígenas causados pela pecuária na Amazônia, muitas empresas brasileiras assinaram compromissos para não comprarem carne ou couro de gado de fazendas que realizassem essas atividades ilegais.
Mas pouco mais de dois anos depois da ação, o Greenpeace descobriu que ainda há companhias que mantêm ligações com fazendas responsáveis por essas atividades irregulares. Uma delas é JBS-Friboi, maior firma de processamento de proteína animal do mundo, que em 2009, juntamente com as firmas Bertin, Marfrig e Minerva, assinou um documento para “limpar” sua cadeia de suprimento de quaisquer atividades ilegais. 

No relatório ‘Quebra de confiança: Como a indústria da pecuária na Amazônia continua ligada ao desmatamento, ao trabalho escravo e à invasão de terras indígenas’, lançado na quarta-feira, em Bolonha, na Itália, o Greenpeace indica que a empresa ainda compra carne de fazendas que estão na ‘lista negra’ do Ministério do Trabalho e embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

De acordo com a Ministério Público Federal, a partir do cruzamento de dados do Guia de Transporte Animal (GTA) do Ibama, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Trabalho, constatou-se que, apesar do frigorífico JBS ter se comprometido a rever as suas relações comerciais, continuou comprando animais para o abate oriundos de propriedades rurais que constam em listas de irregularidades.  Para baixar o relatório, clique no link abaixo.


- Até quando uma empresa do porte da JBS incentivará o desmatamento da Amazônia e o uso de escravos? Já passou da hora do frigorífico limpar sua lista de fornecedores, para garantir que seus consumidores não participem da destruição da maior floresta tropical do mundo -  declarou André Muggiati, da campanha Amazônia do Greenpeace. 

O Greenpeace pede que o governo, por sua vez, evite mudanças no Código Florestal que aumentem o desmatamento ou que concedam anistia a desmatadores ilegais, tome medidas administrativas para aumentar os registros e licenças ambientais das fazendas apropriadamente, e tome medidas imediatas para remover fazendas ilegais de terras indígenas. 

- Se a reforma do Código Florestal for aprovada do jeito que deseja a bancada ruralista no Congresso, a situação só vai piorar, com os incentivos à anistia e a mais desmatamento. É preciso avançar no registro das fazendas. Chega de escuridão sobre o que acontece na Amazônia
-  alertou Muggiati. 

Atualmente, a pecuária é a maior causadora de desmatamento no Brasil, e o governo calcula que mais de 60% das terras desmatadas são usadas para o pasto de gado. O problema é ainda maior porque a maioria dessas áreas é de pecuária de baixa intensidade, o que faz com que a atividade, além de ser prejudicial ao meio ambiente, seja pouco produtiva (com menos de uma cabeça de gado por hectare), e sirva de veículo para especulação imobiliária. (Fonte/ Jéssica Lipinski, do Instituto Carbono Brasil, com Greenpeace e MPF) 

Reciclagem: Quando o Lixo vira Arte


Prá falar de lixo…O momento em que uma coisa se transforma em outra


O lixo transformado em arte pelo artista plástico Vik Muniz

Pensar em lixo sempre me causa inquietação. Seja pelas coisas que passam por nossas mãos e já não servem mais, seja pelos restos que alimentam a esperança dos que dela precisam… Há um post que traduz essa minha inquietação de forma magistral. É do Coletivo Catarse e aborda o mote lixo x arte. Vale a pena – vejam:

"O momento em que uma coisa se transforma em outra
É possível aprender com o que colocamos fora, com o que os outros fazem com o que colocamos fora.
Na vida, quem cata algo?
Mais um catador de imagens e palavras, catador de histórias e emoções. Catador do lixo, do seu lixo, do meu, da matéria que se transforma, nos transforma.
É possível sorrir vivendo do lixo, vivendo no lixo. É possível sorrir. É possível montar uma biblioteca com os livros que vão pro lixão. É possível comer do lixo, quando é preciso comer o lixo. E também é preciso ver além dele, ver as pessoas. É possível fazer arte, fazer planos. É possível ser triste. Será possível deixar de ser?
No momento em que não é possível mais ser o mesmo porque já nos transformamos em outro, vem o abraço, junto com o choro. Ainda o passado e ao mesmo tempo o futuro. Tudo o que foi e o que será. Agora.
A passagem pelo próprio descobrimento. Descoberta de alguém que estava dormindo no corpo. É possível aprender quando nos colocamos fora, pra fora, lá fora. Nosso lixo. Nossa riqueza.
Na lanterna, um olho acesso pro escuro. A garota procura pedaços: fatias de plástico, cacos de vidro, restos de alumínio, cabelos de boneca. Nossos pedaços e restos se confundem com os dela. Correm os pés na terra, corre o chorume no olho. No olho, algo que apodreceu se desmancha para vir algo novo"


Falando de Resíduos Sólidos



 A Política Nacional de Resíduos Sólidos, já em vigor, estabelece a responsabilidade de todos por tudo que consumimos e descartamos. Isso quer dizer que as empresas terão de fabricar produtos que deixem menos resíduos e que sejam mais recicláveis. O consumidor está proibido de queimar lixo a céu aberto ou jogá-lo em ruas, praias e rios. E, no caso de alguns produtos, terá que devolvê-lo ao fabricante, para que este os recicle.



Agora somos todos responsáveis pelo descarte de resíduos no país. Tanto quem produz, como quem consome. Por isso, é cada vez mais vital que estejamos bem informados, não só sobre detalhes da nova lei, como, também, sobre como descartar qualquer produto, de forma correta. E mais: com a consciência de que é preciso consumir cada vez menos.

- Computadores e outros eletrônicos encostados em casa podem ser doados a empresas e projetos que recuperam e doam esses equipamentos para escolas. Material sem recuperação segue para a reciclagem. 
Lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado, e por isso devem ser enviadas para reciclagem específica. As incandescentes, halógenas e de sódio de baixa pressão podem ser recicladas normalmente, mesmo quebradas.

RECICLAGEM ESPECÍFICA


Você sabe que alguns materiais e produtos precisam de uma reciclagem específica. Há lugares no Brasil que pouco reciclam e outros nos quais a coleta está bem avançada. Portanto, informe-se com a prefeitura e as cooperativas sobre as possibilidades de sua região e separe o lixo de acordo com essa orientação”, explica Patrícia Blauth, da ONG Menos Lixo.

 Abaixo, indicamos o que geralmente não dá para reciclar ou precisam de reciclagem mais específica: 

PAPÉIS - papéis com muita cola, como adesivos tipo “post-it”, etiquetas, fitas crepe e “durex”. A consultora da Menos Lixo explica: “Um envelope com etiqueta e selo é aceito; embora a dica educativa a ser dada é pela simplificação: envelopes sem janela de celofane”;
- papel carbono, celofane e manteiga;
- guardanapos, papel toalha e papeis higiênicos usados;
- papéis metalizados, parafinados e plastificados;
- fotografias;
- recibos de cartão de crédito e débito. Por isso, é mais legal recusar a sua cópia.

PLÁSTICOS 
- filmes plásticos que embalam objetos e alimentos, limpos ou usados;
- cabos de panela;
- isopor, mas algumas cooperativas aceitam o de embalagens de eletrodomésticos, apenas;
- teclados de computador;
- acrílicos;
- esponjas e espumas, como as usadas em travesseiros, colchões e almofadas;
- sacolas e sacos plásticos sujos, mas checar com prefeituras e cooperativos se os limpos podem ser reciclados.

VIDROS - espelhos;
- cristais;
- vidros temperados;
- ampolas de medicamentos
- artigos feitos com fibra de vidro, que é usada na fabricação de cestos de lixo, baús de motos, barcos etc;
- lentes de óculos.

OUTROS 
- cerâmicas, louças e porcelanas;
- tecidos naturais e sintéticos tipo TNT, Perfex e Tyvek;
- cotonetes, fraldas e absorventes, limpos ou usados;
- cortiças: painéis ou rolhas de bebidas;
- peças de couro como sapatos, cintos e bolsas, entre outros;
- peças de fibras vegetais como vime, palha, etc.
- blisters (cartelas de remédio) e remédios podem ser entregues em farmácias que promovem essa coleta;
- pilhas e baterias devem ser descartadas em pontos de coleta especializados
- seringas, algodões e gazes usados.

PLÁSTICO NO MAR 
Um dos grandes problemas das sacolas plásticas no mundo é que cerca de 0,5 % delas acaba em rios, lagos e oceanos. Parece pouco, mas são quase 90 milhões de sacolinhas ao ano que chegam aos mares do mundo, muitas vezes em forma de fragmentos. Além de formar uma fina camada de lixo plástico na água, são ingeridos por animais marinhos, que acabam morrendo. 



Fonte: Afonso Capelas Jr. - - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - Junho de 2011*

Ibope Ambiental pretende promover desenvolvimento sustentável no país




 O Ibope Ambiental, lançado pelo Grupo Ibope em 20/10 é uma nova unidade voltada exclusivamente para assuntos de meio ambiente. 

A idéia é fornecer à sociedade serviços e informações que ajudem na promoção do desenvolvimento sustentável do país e, também, no combate ao aquecimento global

No lançamento, Márcia Cavallari, do Ibope, apresentou pesquisa inédita, realizada pela instituição, para avaliar o comprometimento das empresas nacionais - e, também, das multinacionais que atuam no Brasil - com sustentabilidade. O estudo mostrou que mais da metade das companhias entrevistadas já possuem uma área de sustentabilidade estruturada, com a intenção de implantar práticas e políticas socioambientais. "É uma boa notícia, se levarmos em conta que há 20 anos, na época da Eco92, quando foram feitas as primeiras pesquisas sobre o tema, o homem não era nem considerado parte do meio ambiente e pensava-se, apenas, em florestas, bem distantes de nós", disse Cavallari. "Hoje, a consciência ambiental do brasileiro está muito maior e, sobretudo, nas empresas é mais fácil colocá-la em prática por conta da cobrança do consumidor". A pesquisa do Ibope Inteligência apontou que 57% das empresas que já trabalham com sustentabilidade estão localizadas na região Sudeste e cerca de 40% pertencem aos setores da indústria e construção civil, em que a cobrança do consumidor a respeito de práticas socioambientais é maior. "82% dos clientes do ramo da construção civil cobram de seus fornecedores informações a respeito de seu comprometimento com o tema. Este é o setor que possui os consumidores mais conscientes", contou Cavallari. A especialista acredita que a conduta dos cidadãos influencia diretamente na postura das empresas. "Aproximadamente, 70% dos clientes das empresas queinseriram uma área de sustentabilidade em sua estrutura cobram informações sobre seu engajamento", afirmou. Já na região Nordeste do país, estão localizadas as empresas que possuem menos comprometimento. De acordo com a pesquisa, 7% das companhias entrevistadas pelo Ibope não possuem nenhuma ação ou política de sustentabilidade e a maioria delas se encontra em território nordestino. "Paradoxalmente, é a região que possui maior consciência a respeito da importância da certificação sustentável nas empresas. 51% dos entrevistados que afirmaram estar cientes do valor dessa prática atuam no Nordeste", complementou Cavallari. INVESTIMENTOS EM SUSTENTABILIDADE A pesquisa do Ibope apontou, ainda, que o faturamento médio das empresas destinado a ações e políticas de sustentabilidade é de 3%.Segundo Eduardo Jorge, secretário do Verde e do Meio Ambiente da cidade da São Paulo, também presente no evento de lançamento do Ibope Ambiental, "3% é um número bom, se levarmos em conta que, no setor público, 0,4% do orçamento é destinado a órgãos ambientais. Na verdade, o mais importante é que ações e políticas implantadas graças a esse investimento de 3% conversem com 100% da empresa, para que as práticas socioambientais sejam cada vez mais replicadas e incorporadas por outros setores".  "A transformação só acontece com a mudança de atitude e levar a toda a sociedade - da dona de casa ao empresário -, informações a respeito de sustentabilidade, com certeza, acelerará essa mudança de postura. Mostrar evidências é importantíssimo para dar uma chacoalhada nas pessoas", disse Eduardo Jorge. A pesquisa apresentada entrevistou 400 grandes e médias empresas, de diversos setores do Brasil, entre agosto e setembro deste ano e em breve estará disponível, na íntegra, no portal da instituição. Veja mais: Ibope Ambiental

fonte: planeta sustentável

MANIFESTAÇÃO: enviada por e-mail sobre a votação do código Florestal


Manifestação enviada por e-mail ao nosso grupo:

Hoje tem nova votação do Código Florestal no...
Draruk Otxakaiana24 de Outubro de 2011 06:14
Hoje tem nova votação do Código Florestal no Senado!
http://www.facebook.com/SaveXingu

COMPARTILHE E INFORME SEUS AMIGOS POR QUE DIZER NÃO ÀS MUDANÇAS NO CÓDIGO FLORESTAL?

De autoria do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP), o PLC 30/2011 altera o Código Florestal, enfraquecendo as leis que protegem as florestas e outras áreas naturais no país e incentiva a ocupação de áreas de risco, como encostas de morros e margens de rios, abrindo espaço para mais tragédias em centros urbanos, como falta de água, enchentes e deslizamentos de terra. Trata-se de um imenso retrocesso na Legislação Ambiental.

Entre os principais riscos e problemas da proposta atual de alteração do Código estão:

- Perdoa crimes ambientais (anistia o desmatamento ilegal cometido até julho de 2008), estimulando a impunidade e incentiva novos desmatamentos
O projeto decreta o fim da obrigação de se recuperar áreas desmatadas ilegalmente até 22 de julho de 2008, incluindo topos de morros, margens de rios, restingas, manguezais, nascentes, montanhas e terrenos íngremes.

- O projeto estimula a ocupação dos últimos trechos de mata e a diminuição das Reservas Legais e Áreas de Proteção Permanente, inclusive em regiões vulneráveis a desastres naturais
O texto anistia o desmatamento ilegal de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal (RLs) em diversos artigos ao longo de todo texto e ao criar incentivos econômicos para quem desmatou ilegalmente. Exemplos são os artigos 8°, 10, 13 §7 e 35. As APPs e RLs são garantias de proteção aos últimos remanescentes de florestas, inclusive aqueles situados em áreas frágeis como beiras de rios, topos de morros e encostas.

- O projeto torna mais fácil desmatar sob qualquer justifica, ou seja, não traz segurança jurídica
Os governadores passam a ter inúmeras possibilidades de decretos para declarar, sem qualquer limite ou critério, atividades pontuais como de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto, que poderão consolidar desmatamentos ilegais e autorizar novos desmatamentos (artigo 3º, XVI, XVII e XVIII). Além disso, o texto permite que proprietários desmatem os últimos remanescentes em suas propriedades sob as mais diversas justificativas, mediante a figura controvertida do Plano de Recuperação Ambiental – PRA, dentre outras modificações preocupantes.

- O projeto traz riscos para a vida humana
O conjunto das mudanças propostas pelo projeto de lei substitutivo ao atual Código Florestal pode ter impactos irreversíveis, como maior ocorrência de acidentes naturais – a exemplo de enchentes, deslizamentos e erosão -, danos críticos ao abastecimento de água e qualidade do ar nas cidades, piora do clima, além da perda de milhões de hectares de floresta e da biodiversidade associada."
Save Xingu
Instituto de Proteção Biocultural no Xingu

domingo, 23 de outubro de 2011

Voluntários do GreenPOA em mais um dia de mobilização pelas florestas

Hoje, 23, foi mais um dia de mobilização contra o novo Código Florestal aqui em Porto Alegre. Nossos voluntários estiveram no Gasômetro colhendo assinaturas e explicando às pessoas a importância da manifestação de toda a sociedade.

Dessa forma, o Greenpeace busca alertar e engajar a população contra as mudanças no Código Florestal. A população precisa participar das mudanças e debatê-las, garantindo um futuro justo e saudável para todos.




sábado, 22 de outubro de 2011

O desmatamento e a Feira de calçados italiana



  • A Moda italiana:  sempre elegante e sofisticada, mas, infelizmente, pode ser  relacionada com a destruição da floresta amazônica . Como a pecuária é responsável por cerca de 80 por cento do desmatamento no Brasil, é provável que o couro dos sapatos brasileiros venham dessas  áreas de desmatamento. Assim, uma equipe de ativistas do Greenpeace montou um photoshoot alternativo na Itália para mostrar esse fato para o mundo e principalmente para as empresas de calçados.
    A passarela foi o show Linea Pelle em Bolonha, onde os participantes foram recebidos com a mensagem "Salvati la pelle". Em italiano, "pelle" significa vida, assim como o couro, por isso se traduz como 'salvar a sua pele "ou" salvar o couro "- faça a sua escolha.
    Top models italianos desfilaram em frente a imagens de florestas intactas da Amazônia, que em seguida foram trocadas pela mensagem "Salvati la pelle". A finalidade dessa mensagem foi atingir as empresas produtoras de couro, lembrando-lhes que os fabricantes que usam couro em seus produtos - calçados, bolsas, jaquetas e assim por diante - são responsáveis pelo desmatamento também.
    Já existe um acordo entre as empresas brasileiras de gado para que não colaborem com o  desmatamento. Depois de uma investigação de três anos expusemos o problema. Você pode  exercer pressão sobre as marcas de sapatos, que acordaram com seus fornecedores de couro a inscrição no acordo. As maiores empresas do Brasil que tratam com bens de carne e couro - JBS, Marfig e Minerva - se inscreveram.
    Porém descobrimos que pelo menos uma empresa não está cumprindo os seus compromissos-JBS. Encontramos mais de uma dezena de fornecedores da JBS  que não estão cumprindo com o acordo. Isso significa que eles têm ligações com o desmatamento ilegal, a escravidão e o uso de terras indígenas.
    As evidências mostram que alguns animais fornecidos a JBS este ano vieram de fazendas em terras tomadas dos Xavantes. Fazendas de gado e campos de forragens assumiram terras indígenas, os rios secaram ou tornaram-se contaminados. A pesca tornou-se impossível. Há ainda inúmeros relatos de conflitos entre agricultores e Xavantes.
    Em parte, esta situação pode ser verificada nas alterações propostas ao Código Florestal do Brasil - a lei que protege a floresta amazônica. Se essas mudanças passarem  (a presidenta brasileira deverá considerá-las em breve), então a área disponível para o desmatamento legal aumentará enormemente, e qualquer um que esteja envolvido em casos anteriores de desmatamento ilegal ficará impune. Logo, poderá aumentar também o nível recente do desmatamento, já que os  madeireiros  poderão contar com uma antecipação dessa anistia para obter vantagens.
    E, enquanto a indústria da moda não tem necessariamente a capacidade de preservar o Código Florestal do Brasil, ela usa um grande montante de couro brasileiro.
    Leia o relatório completo Broken Promises: Veja como a indústria do gado na Amazônia ainda está ligada ao desmatamento, ao trabalho escravo e a invasão de terras indígenas
Fonte: Greenpeace internacional - 
Jamie - Greenpeace Reino Unido