sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tainara Correa - Uma Voluntária em Ação


Tainara Correa entrou para o grupo de voluntários do Greenpeace Porto Alegre em agosto do ano passado e, apesar do seu pouco tempo de ativismo, esta guria já suou – e muito – a camiseta em prol do meio ambiente e na conscientização de sua gente por um mundo mais verde e sustentável.

Convidada a participar do Open Boat no navio Raimbow Warrior III em Salvador/ BA, Tainara não pensou duas vezes: Largou trabalho e estudos e caiu na estrada. Ou melhor, jogou-se de corpo e alma ao mar a bordo do RW com destino ao Rio de Janeiro para dar sua contribuição ao Greenpeace na Rio+20.

Na entrevista concedida a Valdeci C. de Souza na última terça-feira (26/06), a jovem ambientalista contou sua história e suas impressões do que viu e ouviu nesta importante conferência da qual foi testemunha ocular.
Tainara Correa (da esquerda para a direita) 

1 – Green Porto Alegre: Como foi o convite para participar do Open Boat e sua experiência a bordo do Rainbow Warrior III na viagem de Salvador ao Rio de Janeiro para participar da Rio+20?

Tainara: O convite veio em meio ao GP São Paulo. Eu olhava todos os dias nas redes sociais o navio, e não pensava em embarcar. Quando ligaram não pensei duas vezes em dizer sim. Com isso larguei o trabalho.

Minha chegada em Salvador foi no dia 6 junho. No dia seguinte já tinha open boat.  Como estava chovendo por lá, pensávamos que não iria aparecer ninguém. O Dia ficou incerto durante quase toda sua duração. Mesmo assim, compareceram mais de 1.600 pessoas para visitar o Rainbow Warrior III!

Saindo de Salvador rumo ao Rio de Janeiro foram quatro dias de viajem. Fui informada que no primeiro dia sempre se enjoa. Mas no meu caso foram três dias de muita fé, coragem e força. O dia-a-dia era muito agradável. Tínhamos horários bem estipulados para café da manhã, almoço e janta. O banho poderia ser somente um por dia e de no máximo de 3 minutos. 

Todo o lixo é separado, e o que pode é reciclado. Há um quadro onde você, voluntariamente, coloca o seu nome em alguma atividade para ajudar na arrumação e limpeza do navio todas as manhãs.

2 – Green Porto Alegre: Que atividades você participou como voluntária do Greenpeace neste importante acontecimento sobre meio ambiente e sustentabilidade ocorrido no Rio de Janeiro?

Tainara: Eu fiquei a maioria do tempo no navio ajudando direto. O open boat teve filas quilométricas onde as pessoas aguardavam cerca de três horas para visitarem o WR III e saiam satisfeitas em ver nosso guerreiro. Muitas dessas pessoas não conheciam o Greenpeace. Saiam do navio tão encantadas e muitas queriam se tornar colaborador, voluntário... Queriam saber como ajudar.

Já na cúpula dos povos era bem legal discutir com o pessoal que visitava nossa tenda e se informavam sobre a campanha do Desmatamento Zero. O que mais chamou a atenção de todos foi a cozinha solar. A galera ficava radiante e perguntava: "É possível cozinhar com o sol?" E respondíamos: "Sim, nós podemos".

3 – Green Porto Alegre: Que ensinamentos você diria que vai levar para a sua vida depois desta experiência no Rio?

Tainara: A mudança é hoje e agora! Transborda para o próximo que é possível sim um mundo mais verde e limpo.

4 – Green Porto Alegre: Que práticas sustentáveis você pratica no seu dia-a-dia e que práticas ecológicas vais incorporar no seu cotidiano depois de ter participado ativamente nesta conferência?

Tainara: Com certeza tomar "só um" banho por dia! (risos).

5 – Green Porto Alegre: Suas considerações finais e sua mensagem aos seus companheiros que, como você, luta por um planeta mais verde e azul.

Tainara: Agradecer o esforço diário de cada voluntário que trabalhou sem se deixar abater. É por isso (e outras coisas) que nós voluntários enfrentamos sol e chuva na luta por um mundo melhor, pois sabemos que existem pessoas que também se importam.

E por isso digo e repito: JUNTOS, SOMOS MAIS! 

Valeu Galeraa!


Tainara na marcha dos povos por um mundo verde e justo. 


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma Guerreira na Rio+20


Este blog tem a honra de apresentar aos seus leitores, mais um texto de uma pessoa que fez história e esteve no centro dos acontecimentos na Rio+20: O relato de hoje é de Elissama Menezes.

Na realidade, Elissama é muito mais que uma simples voluntária do Greenpeace de Salvador. Ela é uma baiana que faz a diferença. Com seu sorriso cativante e jeito de menina sapeca, luta com garra, determinação e coragem por seus ideais. Sempre se faz presente em ações em defesa do meio ambiente. Com certeza muito ainda vamos ouvir falar sobre esta guerreira e suas atuações com o Greenpeace.  

Por seu trabalho e sua luta (pacífica) em prol de um planeta mais sustentável, o Grupo de Voluntários de Porto Alegre tem a dizer que sente o maior orgulho desta baiana retada e, de pé, bate palmas!

Acompanhe abaixo o relato de Elissama Menezes na Rio+20.

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A Guerreira Elissama Menezes

“Por que um barco e não um avião?”



Foi essa a pergunta que uma garotinha de nove anos me fez quando esteve no Rainbow Warrior III na visitação pública no Rio de Janeiro. “Por que melhor que ter um avião ou um navio, é ter um peixe que voa!” Com essa resposta preenchi esse infinito mundo de curiosidades da pequena e ao mesmo tempo me senti plena com a definição que mais se aproxima do que realmente sinto ao estar nesse navio: Algo entre flutuar e navegar.

E nesse embalo chegamos à cidade maravilhosa para comemorarmos os vinte anos do Greenpeace no Brasil e marcar presença na Rio+20. Assim como o segundo Rainbow Warrior esteve na Eco 92. Este evento é considerado, inclusive, a fundação do primeiro escritório do Greenpeace no Brasil.

A inércia dos lideres mundiais (já esperada por todos) é tema para outro blog. Na rua, com a participação popular, a conferência aconteceu de forma ativa, criativa e consistente.

No navio em particular, as mudanças aconteceram não só para quem chegava para conhecê-lo, mas também para quem trabalhou duro, todos os dias, para fazer da visitação ao Rainbow Warrior III um evento marcante na vida dos seus visitantes. Recebemos mais de três mil pessoas por dia! Filas com tempo de espera de até três horas. Jovens, adultos, criancas, idosos, pessoas com necessidades especiais... Todos resistentes a tudo para desfrutar de quinze minutos de visitação ao navio. Quinze, porém mágicos minutos!

Todos unidos por um planeta mais verde e azul
Do outro lado, a equipe do Greenpeace também mostrou ativismo, comprometimento e amor a causa. Trabalhamos duro, todos os dias, com um sorriso no rosto, muita animação e a certeza de que a nossa missão estava sendo cumprida por todos os voluntários. Não só para tornar possível que o público visitasse o RW III, mas também sensibilizar a todos para assinarem a favor da lei do Desmatamento Zero. Cada assinatura que recolhemos, cada reflexão que incitamos (de como é possível navegar com seguranca, conforto e tecnologia em harmonia com o meio ambiente) valeu à pena.

Em particular ver as pessoas não desanimarem e aguentarem o tempo de espera para saber mais sobre a nossa causa foi maravilhoso! Olhar para o lado e ver todas as equipes do Greenpeace reunidas para tornar possível este evento foi gratificante. Fotógrafo/vídeo, staff, voluntários, dds, campaigners, comms... Todos trabalhando com um sorriso no rosto e não se deixando vencer pelo cansaço, foi mágico! Ter a oportunidade de compartilhar o tantinho do que acredito para as pessoas foi impagável e assim fizemos revolução. A verdadeira. A efetiva. Aquela que toca e move as pessoas: A consciência de que é possível um mundo mais verde e sustentável. Assim movemos o mundo.

Aos mais pessimistas, a Rio +20 não passou de um retrocesso. Aos avisados a ausência de bons acordos já era esperada. Aos que saíram às ruas e compartilharam o que acreditavam, devo dizer que revolucionamos!




quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um Guerreiro na Cúpula dos Povos


O voluntário do Greenpeace Porto Alegre, Heberton Júnior esteve,  no último final de semana,  participando da Cúpula dos Povos na Rio+20. O ambientalista circulou pelas diversas tentas por lá instaladas, acompanhou palestras ministradas por Paulo Adario, Marina Silva e outros ilustres defensores do meio ambiente. 
Nosso guerreiro ainda encontrou disposição para participar da manifestação "Marcha a Ré"   em protesto contra o retrocesso na legislação ambiental brasileira. Esta maratona cívica  ocorreu no Aterro do Flamengo. 
O grupo de voluntários do Greenpeace Porto Alegre parabeniza este guri do bem por sua brilhante atuação e luta (pacífica) por um planeta mais verde e sustentável. 
Vamos deixar que o próprio Heberton Júnior nos relate sua aventura na Rio+20. 

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Heberton Júnior (a esquerda de camiseta verde próximo a faixa) na manifestação "Marcha a Ré da Rio+20"  

O que vi, ouvi e senti na Cúpula dos Povos*
Durante o último final de semana, tive oportunidade de acompanhar e participar das atividades da Cúpula dos Povos na Rio+20. Concebida como o evento da sociedade civil paralelo à conferência oficial da ONU, a Cúpula dos Povos reúne desde o dia 15 de junho, milhares de pessoas no Aterro do Flamengo para denunciar as causas das crises e as soluções que já existem, potencializando os movimentos de resistência da sociedade.
Foi com uma postura crítica, mas de esperança que viajei para o Rio de Janeiro e durante três dias acompanhei as atividades do Greenpeace e demais organizações. Logo na entrada, tive a visão dos portões da Cúpula, uma energia de paz criada por um universo de povos e gentes enlaçadas pela defesa da vida, por um mundo com justiça social e ambiental.
De uma ponta a outra do Aterro do Flamengo, por onde estão espalhadas as centenas de tendas para atividades da Cúpula, são quase 3 km de extensão. E como nos fluxos da natureza, esse “espalhamento” cria uma centena de bordas e núcleos multicentrais representando um alinhamento horizontal, onde todos os seres e todas as ideias são tratados com a mesma igualdade, possuem a mesma representatividade.
É consenso que no Brasil vivemos um paradoxo, com diversos retrocessos na legislação ambiental e nos direitos humanos. E a crise econômica serve de mote para adiar as medidas de proteção ambiental que poderiam efetivamente salvar o planeta da catástrofe ambiental que já estamos presenciando. Porém a crise econômica passa, mas a crise socioambiental permanece! E o futuro da espécie humana e de milhares de outras espécies continua ameaçado enquanto os líderes mundiais reunidos na falácia da Rio+20 muito discutem e pouco fazem.
Paulo Adario - Diretor Greenpeace de Manaus - em uma plenária
Em uma das plenárias que participei, Marina Silva colocou essa questão com grande habilidade quando afirmou que “nós lutamos acreditando que podemos construir o futuro que queremos, precisamos lutar para ter um futuro! E não há futuro sem florestas, não há futuro sem água, sem mudança nesse modelo de desenvolvimento”. Em outro momento, a ex-senadora e ministra do meio ambiente disse que “a nossa causa é a defesa do Desenvolvimento Sustentável, das florestas, da biodiversidade, das populações tradicionais que estão sendo ameaçadas por uma política que não considera a diversidade cultural”.
Antes de embarcar para o RJ comentei em uma rede social que já estudei, li e ouvi muito sobre as conquistas daquela que foi considerada a maior reunião com fins pacíficos da história da humanidade. Porém, passados vinte anos da Eco-92, os desequilíbrios climáticos se aceleram pelo mundo, a biodiversidade animal e vegetal está em regressão, os desertos crescem, as florestas e as zonas úmidas encolhem.
As causas dessas crises são muito claras. Ao pintar-se a economia de verde e financiar a mercantilização da natureza e dos bens comuns, o fracassado capitalismo propõe continuar com o modelo de consumismo sem levar em conta os limites da natureza. Na cúpula dos Povos, assim como outras organizações, o Greenpeace mostrou que as soluções para as crises já existem. A economia solidária, o cooperativismo, as energias limpas são exemplos de como é possível evoluir na adoção de práticas sustentáveis.
Heberton com o Cacique Raoni
De maneira geral percebi que a sociedade está mobilizada e mais consciente. E o grito que ecoava mais alto vinha dos jovens e populações tradicionais. Em todos os espaços da Cúpula, o rosto de uma geração que luta por seu futuro se fez presente de forma criativa; em cores vivas e marcadas pela cultura ancestral, os índios mostraram sua sabedoria tradicional e sua indignação.


Ao me emocionar junto com centenas de pessoas acompanhando o discurso da “menina que calou o mundo na Eco-92”, concordo com a Severn Suzuki quando ela disse que “juntos somos uma voz alta demais para ser ignorada”. Senti uma imensa alegria ao ver lideranças com o Cacique Raoni ecoando a memória de seus antepassados na luta pelo sagrado direito à terra.
Um dos princípios do Greenpeace é o engajamento das pessoas. Como milhares de pessoas, acredito no poder de transformação da sociedade e dos indivíduos. Volto da Cúpula dos Povos com a certeza de que se depender dos governos, nada será feito. Porém a semente que brota nos corações e mentes dos jovens e dos sonhadores será capaz de trazer esperança para esta e para as futuras gerações.

*Texto Heberton Júnior 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Reciclando Ideias

Para atender a inúmeros pedidos dos nossos leitores e das pessoas que comparecem aos nossos pontos verdes pela cidade, o Grupo de Voluntários do Greenpeace Porto Alegre resolveu trazer outra novidade para este blog: A página “Reciclando Ideias”.

Sempre que realizamos Pontos Verdes sobre energia solar, muitas pessoas nos questionam  sobre a viabilidade de construir seus próprios aquecedores solares e sempre perguntam onde conseguir um material que ensine “passo a passo” a construção deste aquecedor.

Para atender esta demanda e esta necessidade, foi criada a página  “Reciclando Ideias” (na parte superior do blog) onde as pessoas interessadas podem aprender como construir um aquecedor solar feito a partir de garrafas Pets.

O ícone “Reciclando Ideias”, no decorrer do tempo, irá receber outros projetos de como reciclar materiais e reaproveitar o “lixo” em criações interessantes e sustentáveis.

Fiquem atentos, mais novidades e projetos vem por aí! 


Vejam abaixo como construir um aquecedor solar passo a passo: 

 

sábado, 16 de junho de 2012

Consumo Sustentável


Ricardo Machado é voluntário do Greenpeace/RJ 

Texto de Ricardo Machado* 

Consumir sem consumir a Mãe Terra e o Irmão Homem

A prática do consumo sustentável significa mais do que a soma das partes. Ele deriva de relações saudáveis, éticas, democráticas, equânimes e socialmente justas.

Nos últimos anos, verificamos alguns avanços na forma de pensar e agir do ser humano. O grande desafio é de motivar e modificar o pensamento das pessoas em relação ao consumo.

Nosso planeta, com recursos naturais vastos, mas finitos, sofre uma degradação ambiental antiga e contínua. O ser humano, principal ator da degradação ambiental, sofre as conseqüências do desrespeito ao meio ambiente em sua vida. A mudança de atitudes na sua postura em relação ao meio ambiente é fundamental para que haja uma transformação. Não resta a menor duvida, estamos diante de um modelo de produção e consumo nitidamente insustentável, já que consumimos mais recursos naturais do que o planeta consegue repor. Isto é, a Terra não está conseguindo repor ar respirável, água limpa e terras sadias, além de não estar conseguindo absorver os resíduos produzidos pela humanidade a uma velocidade compatível com o seu uso ou produção. E isso acontece quando dos quase sete bilhões de habitantes da Terra, somente 1,7 bilhão aproximadamente conseguem consumir sem restrições. Se todas as pessoas do mundo consumissem como os habitantes mais ricos, seria necessário quatro planetas Terra para atender a demanda.

Da relação existente entre as cadeias de produção e o consumo surge à necessidade de refletir sobre o processo do consumo sustentável.

Consumo sustentável é o ato de adquirir, utilizar e descartar bens e serviços com respeito ao meio ambiente e à dignidade humana. Consumo Sustentável quer dizer saber usar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. (Relatório Brundtland, 1987)**.

Um comportamento ambiental consciente tem que ser encarado como uma prática de sobrevivência para todos nós, e para gerações futuras. E exige somente mais atenção com o que está a sua volta.

No dia a dia nos deparamos com várias situações, das mais simples as mais complexas, tais como atitudes profissionais, com a família e o meio ambiente. O critério usado para a tomada de decisão tem que ser repensado uma vez que as atitudes tomadas trarão a curto ou longo prazo conseqüências futuras para o desenvolvimento sustentável, refletir sobre as atitudes tomadas define como estamos convivendo não só com a sociedade, mas também com os recursos naturais, cada opção tem influencia direta com a Mãe Terra.

O consumo sustentável depende da disponibilidade de bens e serviços sustentáveis. Assim existe um binômio, a produção sustentável está associada ao consumo sustentável. O que produzir, descartável ou retornável? Para que produzir, para suprir as necessidades ou para ostentação e acumulo de capital? E para quem produzir, para uma minoria dominante ou maioria excluída? E como consumir? A adesão ao consumo sustentável se faz questionando como, por que, o que, de quem comprar, como usar e como descartar. Ou seja, implica necessariamente, na redução do volume de bens e serviços produzidos e na maneira de consumo da sociedade.

Adquirir apenas o necessário para uma vida digna, minimizar o desperdício e a produção de rejeitos e resíduos, consumir apenas bens e serviços produzidos que não agridam o meio ambiente, motivar processos agrícolas (principalmente a agricultura familiar, cooperativas, comercio justo), proporcionar políticas que se preocupem com questões sociais, culturais e ambientais tanto na produção como na administração mediante parâmetros éticos e conhecer o ciclo de vida dos produtos-CVP, se preocupando com todos os elos da cadeia de produção desde a extração de matéria prima até o descarte, do berço ao túmulo, mediante selo de certificação são algumas das ações em prol do consumo sustentável.

O problema é que existe uma relação inversa entre aqueles que tem acesso aos bens e serviços de consumo, originados com base na obtenção, direta ou indireta, dos recursos naturais, e aqueles que sofrem com a degradação ao meio ambiente causada pelos primeiros.(minoria dominante e maioria excluída) De um lado está a parcela da sociedade que tira de inúmeras formas proveito do meio ambiente, por ter a propriedade dos bens naturais e por poder adquirir os bens e serviços, ao passo que do outro restou a parcela da sociedade que, além de não conseguir tal acesso, ainda é obrigada a arcar com o passivo ambiental alheio.

O conceito adequado de sustentabilidade remete a uma dimensão mais ampla e que extrapola esta visão egoísta dos que faturam com a ciranda financeira, com a especulação, a “doença do lucro”, com o sobe e desce das taxas de juros e do câmbio. O consumo sustentável está relacionado com responsabilidade social, não com investimento. Sustentabilidade é algo que reside na alma e não apenas uma ferramenta que engorda a conta bancária.

Vale apontar um falso dilema quanto ao custo dos produtos sustentáveis. Isto fica claro quando se pensa no curto e no longo prazo. No curto prazo, por vezes, um produto sustentável será mais caro. Mas, dado o fato de que o produto sustentável não terá impactos negativos sobre a sociedade e o meio ambiente, a longo prazo o consumidor não terá que pagar os custos sociais e ambientais que certamente existem no consumo de produtos não sustentáveis. Esta é a troca. Naturalmente, com a saúde em jogo, eu não penso duas vezes em fazer a escolha por pagar um pouco mais hoje para não ter que pagar a mais no futuro com uma moeda denominada saúde.

O consumo sustentável , que o capitalista não faz questão de ver, tem muito com a redução da pobreza, com os direitos das crianças e adolescentes, com o acesso à educação e ao trabalho, com a solidariedade, com o respeito à biodiversidade. A sustentabilidade está vinculada à valorização dos saberes e conhecimento tradicionais e inclui tanto os gestores das corporações quanto os povos da floresta, ribeirinhas, agricultores familiares...

A prática do consumo sustentável significa mais do que a soma das partes. Ele deriva de relações saudáveis, éticas, democráticas, equânimes e socialmente justas.


* Ricardo Machado é Ambientalista, Administrador de Empresas, Pós Graduado em Planejamento e Gestão Ambiental, Voluntário do Greenpeace/RJ

** O termo Desenvolvimento Sustentável é consagrado no relatório Nosso futuro comum, produzido pela Comissão mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela norueguesa Gro Harlem Brundtland, a pedido da ONU, e publicado em 1987.

sábado, 9 de junho de 2012

Giro da Semana - O Meio Ambiente em Pauta (10ª Edição)

Leia o que foi notícia - esta semana - sobre o meio ambiente na Internet e nas Redes Sociais. 


Boa Leitura! 


Navio do Greenpeace dá aula de sustentabilidade

O primeiro dia de visitação no Recife ao Rainbow Warrior, navio sustentável do Greenpeace, foi este sábado (2). A embarcação está aberta ao público e o passeio é gratuito, das 10h às 17h. Mas não vá esperando conhecer as dependências internas depois de enfrentar as enormes filas. O passeio só vale a pena pela aula de preservação ao meio ambiente. Leia Mais >

8 formas de poupar o Planeta (e seu bolso) em 30 minutos

No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta terça (5), confira como atitudes rápidas, simples e até inusitadas ajudam a preservar o meio ambiente e economizar dinheiro Leia Mais >






Na terra do "pré-sol"

O Brasil só pensa no pré-sal. E foi justamente para ajudar a quebrar essa monotonia que parece tomar conta do país quando o assunto é energia, que o Greenpeace aportou com seu navio, o Rainbow Warrior, na madrugada desta sexta-feira no Recife, uma das principais capitais do Nordeste, a terra do pré-sol e do pré-vento. O potencial da região para a geração eólica, solar e de biomassa permanece subaproveitado, impedindo o desenvolvimento de sua vocação para ter uma atividade econômica de baixo impacto no meio ambiente. Leia Mais >

Na terra do "pré-Sol", ativistas testam o trailler solar em Olinda (PE). O Nordeste está ensinando ao Brasil que é possível crescer com sustentabilidade. (©Greenpeace/Rodrigo Paiva)

O potencial escondido no horizonte


Do Ceará ao Rio Grande do Sul, do Amazonas a São Paulo, o Greenpeace registrou imagens e depoimentos sobre como as energias provenientes do Sol, dos ventos ou mesmo da biomassa já se tornaram uma realidade no país.

A publicação é o nosso testemunho de que podemos ter energia sem que seja necessário destruir a floresta ou afetar a vida de milhares de pessoas, como acontece quando se constrói grandes hidrelétricas na Amazônia. Ou ainda, sem colocar em risco permanente os que vivem em áreas de impacto das usinas atômicas, quando a opção é por expandir a exploração da energia nuclear. Leia Mais >

Dominada por ruralistas, comissão da MP do Código Florestal é instalada

O Congresso Nacional instalou nesta terça-feira, 5, a comissão mista da Medida Provisória que trata do Novo Código Florestal com uma composição fortemente ruralista. Apesar da instalação, a expectativa é de que o relatório da proposta só seja apresentado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC) depois da Rio+20, conferência da Organização das Nações Unidas que debaterá o desenvolvimento sustentável. O evento acontece no Rio de Janeiro de 13 a 22 de junho. A proposta recebeu cerca de 700 emendasLeia Mais > 
Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional
em protesto durante a COP17, em Durban,
 na África do Sul. (© Shayne Robinson / Greenpeace)
Agora, mais do que nunca
Estamos em um estágio crítico em nossa jornada como ativistas. Como um movimento, somos um fácil alvo, e temos suportado todo tipo de combate ao longo do caminho. Hoje, em diversos países, estamos enfrentando sérios desafios políticos e legais, desenhados para punir e desencorajar dissidência. Em alguns momentos, tenho me encorajado por aqueles que se recusam a se curvar e dissuadir. Penso em Gandhi, cujo mantra de campanha nos mantêm ternos e resolutos: “Primeiro, eles ignoram você. Então, eles riem de você. Então, eles brigam com você. Então, você vence.” Leia Mais >

Esforços jogados no lixo?

Pegando carona no Dia Mundial do Meio Ambiente, o governo federal acaba de soltar os números consolidados de desmatamento da Amazônia que vão de agosto de 2010 a julho de 2011. Nesse período, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 6.418 km2de floresta foram para o chão. É a menor taxa desde 1988, quando a região passou a ser monitorada. Leia Mais >


Você conhece a história de Marãiwatsédé?

Os Xavante de Marãiwatsédé: há décadas,
eles aguardam a retirada de fazendeiros de suas terras.
© Greenpeace / Rodrigo Baleia
“Antiga mata bonita”. O significado da palavra Marãiwatsédé define com precisão a Terra Indígena que nomeia. No norte de Mato Grosso, na região conhecida como Vale do Araguaia, o local que abriga cerca de mil Xavantes é uma terra arrasada.
Os peixes que alimentam a população chegam de carro: com rios secos ou contaminados, os indígenas não pescam mais. Periodicamente, um veículo carregado de pesca vende o produto na aldeia. É assim também para a construção das malocas. Sem florestas ao redor – 85% do território foi desmatado –, resta aos indígenas comprar paus, cipós e palhas no comércio fora dali. Leia Mais >

Notícias publicadas no G8 esta semana (Grupo de Voluntários do Greenpeace no Brasil) 

Green Brasília 

O Vídeo da Semana:

A Frase da Semana


"E amanhã é o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 05 de junho desde a conferência da ONU em Estocolmo, 1972. Temos o que comemorar diante da mercantilização da natureza e ao que chamam de "economia verde"? 

Como uma semente frágil que brota em chão tórrido, talvez a luta dos povos e dos indivíduos diante deste verdadeiro Ecocídio seja nossa única esperança vislumbrada."

Heberton Júnior 


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Palestra Sobre Meio Ambiente na Escola Estadual José do Patrocínio

O Voluntário Juliano apresentando a palestra no Escola  Estadual José do Patrocínio / Foto: Cínthia Bordini

Para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente que ocorrerá no dia 5 de junho (terça-feira), o Grupo de Voluntários do Greenpeace Porto Alegre realizou, no último sábado (02/06/12), uma palestra na Escola Estadual José do Patrocínio localizada no bairro Restinga Velha em Porto Alegre, RS. 


Os Voluntários Juliano, Cínthia  e Amanda foram os representantes do grupo que realizaram esta palestra sobre a importância da preservação da natureza e o trabalho desenvolvido pelo Greenpeace no Brasil e no mundo em favor de um planeta mais verde e sustentável.

Aluno apresenta seu Rap / Foto: Cínthia Bordini

Durante o evento, os voluntários apresentaram aos estudantes vídeos educacionais sobre o meio ambiente e, ao final da palestra, houve distribuição de impressos do Greenpeace.

Os alunos apreciaram atentamente a apresentação da palestra multimídia e aprenderam sobre a importância de atitudes diárias de sustentabilidade e preservação ambiental.

Para marcar o encontro, um aluno da escola apresentou um rap, de própria autoria, que falava sobre os temas discutidos no evento. 

Sua escola também pode inscrever-se para receber palestras dos voluntários do Greenpeace Porto Alegre. Basta entrar em contato conosco através do 


Todos atentos no vídeo e na palestra dos voluntários do Greenpeace / Foto: Cínthia Bordini

sábado, 2 de junho de 2012

Giro da Semana - O Meio Ambiente em Pauta (9ª Edição)

Veja abaixo as notícias sobre meio ambiente que circularam na Internet e nas redes sociais esta semana 
Boa Leitura! 


Greenpeace retoma protesto no Maranhão

Quarenta e oito horas depois de ter interrompido o bloqueio de dez dias ao navio Clipper Hope, que impedia-o de carregar 31 mil toneladas de ferro gusa em São Luis (MA), o Greenpeace voltou a protestar na manhã deste sábado.Em ação pacífica envolvendo o navio Rainbow Warrior, um time de 14 ativistas chegou em botes ao Porto de Itaqui, onde ocupou uma pilha de ferro gusa pronta para ser carregada e um guindaste. Os ativistas estenderam a faixa “Amazônia vira carvão. Brasil, desliga a motosserra”. O navio Rainbow Warrior também bloqueou o Clipper Hope, impedindo sua movimentação. Alguns ativistas também ocuparam o cargueiro.Leia Mais >
Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace International
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 Foto Greenpeace
Desmatamento zero em oposição ao Código Florestal, defende presidente mundial do Greenpeace
RIO e SÃO PAULO — O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, o cientista político sul-africano Kumi Naidoo, 47 anos, não é exatamente um entusiasta do governo da presidente Dilma Rousseff quando o assunto é meio ambiente. A presidente, para ele, é adepta de uma visão desenvolvimentista da economia típica da década de 1970, quando a luta pela miséria e contra a pobreza valia qualquer desmatamento ou destruição ambiental. Ele considera que o projeto de Desmatamento Zero proposto pelo Greenpeace para a Amazônia é a única forma de manter a floresta de pé, o que o faz um defensor do movimento "Veta, Dilma!", que propõe o veto total ao novo Código Florestal aprovado no Congresso. Leia Mais > 


Os rins do mundo: porque as florestas são relevantes para o Dia Mundial da Água e para a Rio+20
BOGOR, Indonésia (22 de Março de 2012)_O fato de que as árvores desempenham um papel fundamental no fornecimento de água limpa é um ponto ainda a ser plenamente aproveitado por muitas cidades do mundo.Não na cidade de Nova York, que está protegendo ativamente uma floresta a 160 km de distância pelo papel que as suas árvores desempenham no fornecimento de água potável para a Big Apple. O surpreendente papel das florestas no fornecimento de água limpa para uma das cidades mais densamente povoadas do planeta nos faz lembrar que as florestas também merecem aplausos pelo seu papel fundamental na sustentabilidade dos recursos hidricos e de alimentos enquanto nós celebramos o Dia Mundial da Água e do seu tema em 2012, “água e segurança alimentar “. Leia Mais >

Desmatamento zero para ferro gusa


Dois dias após ter parado o porto de Itaqui, em São Luís (MA), em protesto contra as ilegalidades do setor de ferro gusa, o Greenpeace apresentou uma lista de exigências para o consumo de carvão vegetal. Trata-se de um pacto de desmatamento zero na cadeia de produção da indústria. A lista de exigências inclui a total rejeição a carvão ilegal ou produzido com o uso de trabalho escravo e de matéria-prima vinda de florestas nativas e áreas protegidas. A proposta foi apresentada em reunião no palácio do governo do Maranhão. Representada pela Viena Siderúrgica e pelo Sifema (Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão), a indústria adiantou que não vê problema na lista, e terá até 15 de junho para assiná-la.  Leia Mais >
Os escaladores e o Greenpeace
Para ficar amarrado a quase dez metros de altura é preciso mais que coragem: é preciso técnica. Não por acaso, na última semana, no time de ativistas que se revezaram no bloqueio ao navio Clipper Hope, próximo a São Luis (MA), seis deles são escaladores. Por dez dias, a trupe trocou as montanhas do Rio de Janeiro pela corrente de âncora de um imenso navio cargueiro, que estava prestes a carregar ferro gusa manchado pela devastação da Amazônia.
Flávio Carneiro, de 41 anos e mais conhecido como Bagre, é o mais antigo da turma. Chegou ao Greenpeace quando a organização ainda nem existia no Brasil, durante a Eco-92, e não saiu mais. Participou de algumas das maiores ações do Greenpeace no país, escalando a usina Angra 2, pendurando-se no Cristo Redentor e parando o trânsito para estender uma imensa faixa na Ponte Rio-Niterói. “Tô aí até hoje. Conheci a fundo a história do Greenpeace, fiz grandes amizades”, diz. Leis Mais >

A fenomenologia incidental e os eventos catastróficos do rio dos Sinos no Rio Grande do Sul, artigo de Roberto Naime

Hans-Georg Gadamer, Martin Heidegger e seu preceptor Edmund Husserl criaram um modelo kantiano, ou coperniciano da colocação ou projeção da perspectiva. Neste sentido, a sua metodologia operava uma inflexão do ponto de vista, na medida em que o foco deveria ser desviado do que eles denominavam “dasein” e que pode ser traduzido como o ser no mundo, para o ser propriamente dito. Além da sua relação com a fenomenologia, a influência destes filósofos foi igualmente importante para a hermenêutica que hoje transcende ao direito e impregna todas as áreas, particularmente o direito ambiental. Leia Mais >


Veja o que foi notícia nos blogs do G8 esta semana (Grupo de Voluntários do Greenpeace no Brasil):


Green Brasília
Amazônia vira carvão. Brasil, desliga essa motosserra. 

                                              A Imagem da Semana:

Os Guerreiros do Arco-Íris detendo o Clipper Hoppe carregado de 31,5 mil toneladas de ferro gusa no Porto de Itaqui, São Luís do Maranhão.